21 de dezembro de 2021

Brasil com escolas híbridas em 2022

Brasil com escolas híbridas em 2022

 

No Brasil, aumentou o número de estudantes via Educação a Distância (EAD), em 378% em dez anos, de acordo com a pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)

Por Alfredo Freitas

A lenta retomada das aulas presenciais nas escolas e universidades brasileiras tem estimulado que muitos recursos adotados durante o ensino remoto - ampliado pela pandemia - incorporem o currículo escolar também em 2022, tornando o ensino híbrido uma realidade. Dados divulgados pelo Inep, indicam que há mais ingressantes nos cursos EAD do que nos presenciais. Os números mostram que a quantidade de alunos em graduações a distância no Brasil saltou 378% em dez anos.

No Brasil, aumentou o número de estudantes via Educação a Distância (EAD), em 378% em dez anos, de acordo com a pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O número de professores atuantes no ensino remoto é duas vezes maior que no presencial - somente no Ensino Superior. Nesse cenário, como se dá a interação pedagógica nesse ambiente virtual? Segundo estudo da Organização Todos Pela Educação, seis em cada 10 professores estavam matriculados na formação em EAD. Só na rede Privada, que forma atualmente 72% dos futuros professores do Brasil, dobrou o número de graduados em cursos EAD em 4 anos: foram 49,4 mil concluintes em cursos a distância em 2013 e 98,5 mil em 2017. Nessa nova realidade conectada e interativa, como funciona a prática pedagógica no dia a dia, na interação professor-aluno? Ao longo dos mais 15 anos de experiência, atuando como diretor de ensino na universidade americana Ambra University - que ensina totalmente online em português a mais de 10 anos nos EUA, acredito na importância do ensino online e a interação professor-aluno nas atividades acadêmicas. Nós da Ambra University acreditamos que o estudante não é o único responsável pela excelência acadêmica. Seria uma falácia dizer que ‘quem faz o curso é o aluno’. Isso só faz sentido em uma instituição sem padrão de qualidade. Já nas de excelência, percebemos uma corresponsabilidade: instituição de ensino, corpo docente e estudante. Essa é a base que promove ensino de qualidade em sua totalidade. Mesmo diante das incertezas, uma das maneiras de minimizar os efeitos da quarentena é investir em redes de apoio para o trabalho docente, oferecer boas ferramentas de trabalho e o empenho dos estudantes. É preciso acabar com o pensamento de que não há interação entre professor e aluno no ensino via internet. A interação é o elemento-chave na educação, que resulta em atitudes mais positivas. Essa ferramenta no ambiente virtual desempenha um papel fundamental no aprendizado. O ambiente de aprendizagem à distância, pode fornecer criatividade e inovação na educação em massa para todos. A interação professor-aluno é a representatividade que afeta os processos de ensino. No ambiente remoto, a tecnologia potencializa a ação do professor garantindo a ele a competência de domínio entre as falas dos alunos. Tais ferramentas proporciona subsidio para que ele organize o recebimento dos sinais verbais e não-verbais para ajustar o processo de instrução em tempo real. Essas ferramentas são maneiras de estimular o foco e permitem que estudantes desempenhem suas atividades e uma organização maior por parte do educador. Tudo isso seria mais complexo de se controlar no ensino presencial. A intenção é atender às necessidades de cada aluno, sem interferências ou desgastes. No ensino via internet a interação entre professor e estudante pode ser ainda maior e mais eficaz que no ensino presencial. O ensino via internet é uma realidade que já ganhou um novo impulso devido a pandemia, então é necessário que o aluno fique atento a esta nova realidade. Pesquisa recente da Organização americana Recruitment and University mostrou que o crescimento do ensino via internet já era acelerado antes da pandemia. Nos EUA já há um debate sólido com relação às práticas pedagógicas do ensino online e isso deverá ocorrer também no Brasil.

Imagem: arquivo Sieeesp

Link da matéria: https://d.gazetadealagoas.com.br/opiniao/340059/brasil-com-escolas-hibridas-em-2022